“Eu trabalhei tanto para o salto com vara, e ninguém nota isso. É como se meu esforço não valesse nada”
Allison Stokke, atleta americana, contrariada com a fama de musa que ganhou em 2007, não com o esporte, mas sim com a divulgação de uma imagem sensual (foto) em que aparece ajeitando o cabelo [Revista Istoé, edição nº 2187, de 12/out/2011, p. 28 (seção “Semana”)]
Xenófanes de Colofão (570-528 a.C.) diria que o sucesso nos esportes/jogos não deveria ter a importância que lhe é atribuída: “2. ATENEU, X, 413 F. Mas se alguém obtivesse a vitória, ou pela rapidez dos pés, ou no pentatlo, lá onde está o recinto de Zeus perto das correntes do Pisa em Olímpia, ou na luta, ou mesmo no penoso embate do pugilato, ou na rude disputa a que chamam pancrácio, os cidadãos o veriam mais ilustre, obteria nos jogos lugar de honra visível a todos, receberia alimento vindo das reservas públicas dado pela cidade e também dons que seriam seu tesouro. Ainda que fosse com cavalos, tudo isso lhe caberia, embora não fosse digno como eu, pois mais que a força física de homens e de cavalos vale minha sabedoria. Ora, muito sem razão é esse costume, nem justo é preferir a força física à boa sabedoria. Pois nem havendo entre o povo um bom pugilista, nem havendo um bom no pentatlo, nem na luta ou pela rapidez dos pés, que mais que a força física merece honra entre as ações dos homens nos jogos, não é por isso que a cidade viveria em maior ordem. Pequeno motivo de gozo teria a cidade, se alguém, competindo, vencesse às margens do Pisa, pois isso não enche os celeiros da cidade.” [Os pré-socráticos: fragmentos, doxografia e comentários, José Calvalcante de Souza (sel./superv.), São Paulo, Nova Cultural, 1996 (col. Os pensadores)]
Todavia, ainda que as competições esportivas tivessem realmente alguma importância ou que a citada atleta fosse responsável por algum ato sublime que tivesse o condão de acabar definitivamente com a fome na África - e que posteriormente fosse santificada por isso, ainda assim seria grande a probabilidade de ser lembrada (ao menos entre os homens do ocidente) pela sua jovem beleza e não por algo que tivesse feito. “Ainda que tivesse todas as virtudes” (parodiando F.N.), de nada valeriam. A beleza quando aliada à juventude parece fazer facilitar o perdão dos atos sórdidos e o esquecimento dos atos sublimes, ainda que afinal não seja perdoada pelo Tempo (e somente por ele, a não ser que infelizmente morra ainda nova - o que lhe concederia o perdão total e absoluto).
[Foto: do buscador Google - sem referência]
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(comentário sobre beleza e desdobramentos - Tony Goes):
(...)
De onde vem tanta desfaçatez? Talvez da autoconfiança proporcionada pela beleza. É um fenômeno curioso: algumas mulheres tidas como muito bonitas se sentem autorizadas a falar tudo o que lhes vier à cabeça, na certeza de serem eternamente perdoadas. O primeiro exemplo que me ocorre é Maitê Proença, que se envolveu em algumas celeumas quando participava do "Saia Justa" (GNT). A filósofa Marcia Tiburi, que dividiu o sofá do programa com ambas, garante: Luana é "uma bobinha do mal", e Maitê, "Luana vezes dois".
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Excerto do texto de Tony Goes, colunista da Folha de São Paulo: "Luana Piovani, a desbocada do Twitter".
[http://f5.folha.uol.com.br/colunistas/tonygoes/1000577-luana-piovani-a-desbocada-do-twitter.shtml]
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