Nietzsche - O pequeno pastor (Halévy)
(...) Um dia em que chovia torrencialmente, sua mãe viu que ele voltava da escola sem guarda-chuva nem capote, andando com passos iguais e lentos. Chamou-o. Ele entrou sem pressa. "Vivem nos recomendando que não corramos na rua", explicou. Seus colegas chamavam-no "o pequeno pastor" e escutavam em respeitoso silêncio quando lia em voz alta um capitulo da Bíblia.
(...) A única recordação que temos do seu primeiro ano escolar é uma anedota heróica e pueril: a história de Mucias Scaevola que parecia inverossímil a muitos de seus colegas, que a negam: "homem algum poria a sua mão no fogo", opinaram os jovens críticos. Nietzsche não lhes respondeu, mas, tirando do fogão um carvão ardente, colocou-o na palma da mão. E para sempre êle ficou com a marca desta queimadura, tanto mais visível porque tomara o cuidado de prolongar e aumentar a chaga gloriosa derramando sobre ela cera derretida.
Ebook: VIDA DE FREDERICO NIETZSCHE | Autor: Daniel Halévy | Tradutor: Jerônimo Monteiro | Extraído da edição da Editora Assunção Ltda. - Coleção Perfis Literários [http://www.consciencia.org/nietzschehalevy1.shtml] - acesso: 11/out/2011
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