Plenilúnio (Augusto dos Anjos)
Desmaia o plenilúnio. A gaze pálida
Que lhe serve de alvíssimo sudário
Respira essências raras, toda a cálida
Mística essência desse alampadário.
Que lhe serve de alvíssimo sudário
Respira essências raras, toda a cálida
Mística essência desse alampadário.
E a lua é como um pálido sacrário,
Onde as almas das virgens em crisálida
De seios alvos e de fronte pálida,
Derramam a urna dum perfume vario.
Onde as almas das virgens em crisálida
De seios alvos e de fronte pálida,
Derramam a urna dum perfume vario.
Voga a lua na etérea imensidade!
Ela, eterna noctàmbula do Amor,
Eu, noctâmbulo da Dor e da Saudade.
Ela, eterna noctàmbula do Amor,
Eu, noctâmbulo da Dor e da Saudade.
Ah! Como a branca e merencória lua,
Também envolta num sudário - a Dor,
Minh'alma triste pelos céus flutua!
Também envolta num sudário - a Dor,
Minh'alma triste pelos céus flutua!
[http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/augusto-dos-anjos/plenilunio.php] - acesso: 30/set/2011
Imagem da Lua:
Thierry Legault's home page |http://www.astrophoto.fr/
[http://legault.perso.sfr.fr/pleine_lune.jpg] - acesso: 30/set/2011
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