"Vem, Noite antiqüíssima e idêntica,
Noite Rainha nascida destronada,
Noite igual por dentro ao silêncio, Noite

Com as estrelas lantejoulas rápidas
No teu vestido franjado de Infinito. (...) "
[Álvaro de Campos (F. Pessoa), Fragmento de Ode I, in: "Fernando Pessoa: poesia", por Adolfo Casais Monteiro, 10ª ed., Rio de Janeiro, Agir, 1989, p. 76 (col. Nossos Clássicos)]

"(...) noites como esta, em que já não me será dado viver."
[Jostein Gaarder, "A garota das laranjas", Trad. Luiz Antônio de Araújo, São Paulo, Companhia das Letras, 2005, p. 127 (citação possivelmente de outrem, constante também em alguma página anterior, provavelmente)]
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sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Blues para EMMETT LOUIS TILL (Vinicius de Moraes)

Blues para EMMETT LOUIS TILL
(o negrinho americano que ousou assoviar para uma mulher branca)

Os assassinos de Emmett
- Poor Mamma Till!
Chegaram sem avisar
- Poor Mamma Till!
Mascando cacos de vidro
- Poor Mamma Till!
Com suas caras de cal

Os assassinos de Emmett
- Poor Mamma Till!
Entraram sem dizer nada
- Poor Mamma Till!
Com seu hálito de couro
- Poor Mamma Till!
E seus olhos de punhal

- I hate to see that evenin’sun go down...

Os assassinos de Emmett
- Poor Mamma Till!
Quando o viram ajoelhado
- Poor Mamma Till!
Descarregaram-lhe em cima
- Poor Mamma Till!
O fogo de suas armas

Enquanto contendo o orgasmo
- Poor Mamma Till!
A mulher faz um guisado
- Poor Mamma Till!
Para esperar o marido
- Poor Mamma Till!
Que a seu mando foi vingá-la.

- O how I hate to see that evenin’sun go dow...

[Vinicius de Moraes, Para viver um grande amor: crônicas e poemas, 1ª ed., Rio de Janeiro, Mediafashion, 2008, pp. 142-3 (Coleção Folha Grandes Escritores Brasileiros, v. 9)]

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