"Vem, Noite antiqüíssima e idêntica,
Noite Rainha nascida destronada,
Noite igual por dentro ao silêncio, Noite

Com as estrelas lantejoulas rápidas
No teu vestido franjado de Infinito. (...) "
[Álvaro de Campos (F. Pessoa), Fragmento de Ode I, in: "Fernando Pessoa: poesia", por Adolfo Casais Monteiro, 10ª ed., Rio de Janeiro, Agir, 1989, p. 76 (col. Nossos Clássicos)]

"(...) noites como esta, em que já não me será dado viver."
[Jostein Gaarder, "A garota das laranjas", Trad. Luiz Antônio de Araújo, São Paulo, Companhia das Letras, 2005, p. 127 (citação possivelmente de outrem, constante também em alguma página anterior, provavelmente)]
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terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Alegria (F. Nietzsche)

***[por motivos de ordem técnica o vídeo foi retirado]***

Esta é a “parte/seção/parágrafo” XI (onze) do “capítulo” intitulado “A canção de/da embriaguez” ou “A canção bêbada”, do Livro 4º de “Assim falou (ou falava) Zaratustra: um livro para todos e para ninguém”, de Friedrich W. Nietzsche.

Não é literalmente conforme nenhuma tradução específica, foram utilizadas as traduções de Mário Ferreira dos Santos (Vozes), Rubens Rodrigues Torres Filho (Abril/Nova Cultural) e José Mendes de Souza (Ediouro?) e algumas outras de memória (em resumo: uma "salada" ou um "mix"). O tema é a “alegria”, que em alguns textos aparece também como “prazer”.

Segue texto da tradução de José Mendes de Souza (disponível/encontrado em pdf em algum local da rede).

Toda a alegria quer a eternidade de todas as coisas, que mal, quer fezes, quer inebriante meia-noite e quer sepulturas, quer o consolo das lágrimas, das sepulturas, quer o dourado crepúsculo...

Que não há de querer a alegria! É mais sedenta, mais cordial, mais terrível, mais secreta que toda a dor: quer-se a si mesma, morde-se a si mesma, agita-se nela a vontade da anilha; quer amor, quer ódio, nada na abundância, dá, arroja para longe de si, suplica que a aceitem, agradece a quem a recebe, quereria ser odiada; é tão rica que tem sede de dor, de inferno, de ódio, de vergonha, do mundo, porque este mundo, ah, já o conheceis.

Homens superiores, por vós suspira a alegria, a desenfreada, a bem-aventurada; suspira pela vossa malograda dor. Toda a alegria eterna suspira pelas coisas malogradas.

Pois toda a alegria se estima a si mesma; por isso quer também o sofrimento! Ó! Felicidade! Ó! dor! Desfibra-te coração! Aprendei-o, homens superiores: a alegria quer a eternidade!

A alegria quer a eternidade de todas as coisas.

Quer profunda eternidade.”
Para uma alegria que oportunamente não ouviu.

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