"Vem, Noite antiqüíssima e idêntica,
Noite Rainha nascida destronada,
Noite igual por dentro ao silêncio, Noite

Com as estrelas lantejoulas rápidas
No teu vestido franjado de Infinito. (...) "
[Álvaro de Campos (F. Pessoa), Fragmento de Ode I, in: "Fernando Pessoa: poesia", por Adolfo Casais Monteiro, 10ª ed., Rio de Janeiro, Agir, 1989, p. 76 (col. Nossos Clássicos)]

"(...) noites como esta, em que já não me será dado viver."
[Jostein Gaarder, "A garota das laranjas", Trad. Luiz Antônio de Araújo, São Paulo, Companhia das Letras, 2005, p. 127 (citação possivelmente de outrem, constante também em alguma página anterior, provavelmente)]
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domingo, 28 de abril de 2013

Catherine Miada (em memória)


Catherine Miada, uma jovem adolescente de mais de um desses conjuntos de prédios conhecidos que são por “condomínios”.

Menina agradável e sorridente, não raro efetivamente cumprimentava os circunstantes pelos corredores, fato digno de nota vez que não se observa na maioria dos(as) demais jovens ali residentes.

Bom, mais ou menos isso. Estando os pais aparentemente separados e morando ela com a mãe mais o irmão mais velho e um(a) irmãozinho/irmãzinha menor, costumava talvez ajudar a mãe nos cuidados
com a criança. Com efeito, foi vista por vezes levando e/ou buscando-a na escola (creche) localizada em bairro próximo.

Assim era, e parece que ainda praticava algum tipo de esporte - devido ao uso do uniforme, ou a interpretação pode ser equivocada, podendo apenas estar participando regularmente de aulas de educação física na escola em que estudava.

Recentemente este ex-crevente a viu de muletas, perna enfaixada/engessada, com grande dificuldade para subir escadarias. Creditou o fato a um infortúnio ocorrido em atividade esportiva - esses jovens tão descuidados!

Posteriormente soube que a menina estava internada em tratamento, tendo sido diagnosticado um tipo de tumor na perna e/ou joelho. Após o que afixou-se nas dependências condominiais o pedido de doação de sangue de praxe em casos de cirurgia.

Dias depois junto à portaria, mesmo local do aviso de pedido de doação de sangue, o aviso de lamenta-se informar o falecimento e a indicação do local de velório e sepultamento.

Em perdida memória de tudo o que a dona desse sorriso não pode infelizmente viver...

Foto: formspring

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Não creio (Reginaldo Prandi)

Não creio (Reginaldo Prandi)

(...)

Você acredita no espiritismo?
Se tivesse de me declarar oficialmente, acho que teria de me declarar uma pessoa que não acredita em Deus.

Não acredita em Deus?
Não, porque eu tive uma experiência muito recente, que acho muito interessante.

(...)

2ª parte de entrevista dada à Folha de SPaulo:
[http://www1.folha.uol.com.br/ilustrissima/1180086-leia-a-segunda-parte-da-entrevista-com-o-sociologo-reginaldo-prandi.shtml]

OBS: Reginaldo Prandi é sociólogo e autor do livro "Os vivos e os mortos" sobre o espiritismo.

Eben Alexander: O paraíso existe (revista Galileu)


Neurocirurgião escreve livro sobre sua experiência de quase morte e garante: o Paraíso existe
Caso vem chamando atenção da imprensa mundial: professor de Harvard ficou em coma e diz que, mesmo com o cérebro desligado e quase sem chances de sobrevivência, passou esse tempo em um reino espiritual

por Redação da revista Galileu

Um neurocirurgião professor de Harvard é o tipo de pessoa que se leva a sério. Não precisa concordar e nem acreditar, mas, se você tem juízo, vai ouvir o que ele tem pra falar. Pois é. O Dr. Eben Alexander tem muito que falar e quer que todo mundo ouça. Ele quer que a ciência entenda que o Paraíso existe. Mas ele é um acadêmico de Harvard, ele não brinca em serviço, ele merece crédito. Ele não acha que o Paraíso existe porque quer atenção, ele sabe que o Paraíso existe porque viveu uma semana lá.

Tudo começou quando Eben acordou com dor de cabeça em uma manhã de 2008. Não suportando a dor, foi levado ao hospital. Chegando lá, foi diagnosticado com um surto de meningite bacteriana –algo muito raro e que costuma atingir apenas recém-nascidos. A bactéria havia entrado em seu fluido cérebro-espinhal. A dor que ele sentia era da bactéria comendo seu cérebro e do seu córtex sendo desligado.

Eben chegou ao hospital com poucas chances de ter alguma sobrevivência que fosse além do estado vegetativo. Com o passar do tempo, essa estatística caiu pra praticamente zero. Uma semana depois, quando os médicos já debatiam se continuavam ou interrompiam o tratamento, ele abriu os olhos. Totalmente consciente e com uma certeza: passara os últimos dias no Paraíso.

A descrição do neurocirurgião é tão rica, tão cheia de detalhes que realmente leva a crer que ele não está inventando nada disso. Tanto que ele foi capa da revista americana Newsweek e está lançando um livro, que chega às lojas americanas dia 23 de outubro. Um acadêmico sério, um professor com respeitada carreira em Harvard, um médico especialista em cérebro...qualquer uma dessas pessoas falando de coisas como experiência pós-morte e reino espiritual chamaria atenção. Um ser humano que reúne as 3 características se importar em escrever um livro inteiro sobre o tema é suficiente para fazer o mundo virar a cabeça lentamente e se perguntar “Será que...?”

Se você já leu algum relato de viagem de ácido ou cogumelos, vai achar o
Paraíso um lugar familiar. Eben diz que estava em cima de nuvens rosadas que contrastavam com um céu azul escuro. Acima dele, seres transparentes (nem anjos, nem pássaros, uma forma superior, segundo ele) cruzavam o céu. Ele sentia como se estivesse naquele lugar há muito tempo e não tinha nenhuma memória de sua vida aqui na Terra. A sinestesia imperava: sons são sentidos pela pele “como uma chuva que você sente mas não te molha”. O médico ficou o tempo todo acompanhado de uma mulher de olhos azuis que não falava nada, e nem precisava: “Se ela te olhasse daquele jeito por 5 segundos, sua vida inteira até aquele momento já teria valido a pena.” As cores de tudo à sua volta tinham um aspecto “avassalador e super vívido” – ele ficou um tempo com a mulher em cima de uma asa de borboleta, enquanto outras incontáveis borboletas voavam em volta deles.

O olhar arrebatador da mulher não era de amizade, nem de sedução ou amor: era algo muito além, muito acima e inédito para olhos mundanos – expressão bastante recorrente em seu relato. Sem falar nada, ela disse pra ele:

- “Você é amado e querido para sempre”


- “Você não tem nada para temer”


- “Não tem nada que você pode fazer de errado”


E depois ainda emendou “Iremos mostrar muita coisa pra você aqui. Mas, eventualmente você vai voltar”. Tudo isso apenas olhando para Eben, que se perguntava “Voltar praonde?”. As respostas para suas perguntas existencialistas vinham “como uma explosão de cor, luz, amor e beleza que explodia em mim como uma onda quebrando”.

No final do seu relato, Eben deixa claro que sua estada no paraíso lhe pareceu mais real do que qualquer outra coisa que tenha acontecido com ele durante sua vida – casamento e nascimento de filhos incluso. Evidente que o relato de Eben não está acima de qualquer suspeita, mesmo que ele tenha passado por tudo isso, não há como garantir que esse lugar é real: todos nó sabemos quanto um sonho pode parecer real, mais até que a própria realidade, em alguns momentos. A diferença é que estamos falando de alguém que sempre teve todos os motivos do mundo para ser cético. É a ciência, mais uma vez, se confrontando com as imprecisões da mente e da alma humana.
[http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI321174-17770,00-NEUROCIRURGIAO+ESCREVE+LIVRO+SOBRE+SUA+EXPERIENCIA+DE+QUASE+MORTE+E+GARANTE.html]

 
veja também o texto “O que acontece na ante-sala da morte” (Revista Galileu de Abril/2002)
[http://revistagalileu.globo.com/EditoraGlobo/componentes/article/edg_article_print/1,3916,483439-1940-1,00.html]

Truques para convencer (revista Galileu)


15 truques para convencer melhor (ou 15 alertas para não cair na lábia dos outros)
Fonte: revista Galileu

1. Antes de pedir um favor ou iniciar uma conversa penosa, sorria e faça elogios ao interlocutor. Só não exagere na dose para não soar artificial.

2. Imite gestos e expressões faciais e verbais do seu colega. Pesquisas demonstram que copiar o parceiro de conversa, sem bancar o mímico, claro, aumenta a chance de persuadi-lo.

3. Traga lembrancinhas das férias, curta um status no Facebook, ofereça uma carona...
Presentes e favores criam para o beneficiado uma necessidade de retribuir a gentileza.

4. Numa discussão com um chefe ou interlocutor difícil de lidar, introduza suas objeções fingindo aceitar as proposições dele. Exemplo: “Eu concordo com isso, mas também temos que considerar...”.

5. Busque elementos em comum, como time de futebol, preferência musical, nome e origem, para estabelecer uma maior intimidade. A afinidade garante mais sucesso nos pedidos e debates.

6. Se você quer convencer alguém de que X supera Y, aponte as qualidades de X, mas ressalte sobretudo os defeitos de Y. Há indícios de que nosso cérebro guarda melhor aspectos negativos de uma pessoa ou produto.

7. Ao defender uma tese, não perca tempo elencando mil argumentos. Tenha foco e dê subsídios para os principais. Isso evita a impressão de que você tem conhecimento superficial do assunto.

8. Nada de recorrer demais a “hmm...”, “deixe-me ver...” e expressões que denotam hesitação e incerteza. A fluidez do discurso é importante para que ele cole.

9. Sempre dê motivos. Um estudo mostrou que a chance de você conseguir furar a fila apresentando uma razão (“Posso passar na frente porque estou com pressa e minha mulher está no carro?”) é maior do que se simplesmente você pedir (“Posso passar na frente? Tenho pressa!”).

10. Numa discussão, coloque-se sempre como superior ou use informações de foro privilegiado. Exemplos: “Sei disso porque morei em Londres...” ou “Então, uma prima que morou em Londres disse...”.

11. Jamais entre numa discussão cansado. O cérebro demanda muita energia. Ao ficar extenuado, multiplica o risco de se embolar e ceder.

12. Se você quer de fato convencer alguém a fazer algo, certifique-se de selar o compromisso por escrito. Há evidências de que o comprometimento por meio de um e-mail ou bilhete tem maior chance de ser cumprido.

13. Se quer que lhe façam um favor e suspeita que vão recusar, comece pedindo algo mais difícil. Exemplo: você precisa de R$ 10, mas pede primeiro R$ 30. Caso o interlocutor negue, você questiona se não teria pelo menos uns R$ 10. É alta a chance de a rejeição virar um “sim”.

14. Aparência faz diferença. Pesquisas indicam que o jeito de vestir e a adequação ao contexto elevam a confiança em quem profere o discurso.

15. Nas discussões mais complexas, aprenda com o filósofo alemão Arthur Schopenhauer: procure expandir ou generalizar as ideias do interlocutor para encontrar brechas nelas ou invalidá-las. E faça com que ele concorde com cada um dos seus argumentos antes de arrematar. Essa tática o força a aceitar sua conclusão.
[http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI325160-17579,00-A+CIENCIA+DA+BOA+LABIA.html]

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Minha felicidade (Nietzsche)


2. Minha felicidade (Nietzsche)

 
Cansado de tanto buscar

Aprendi a encontrar.

Depois que o vento me opôs resistência

Navego com todos os ventos.

 
(o acima é de memória, segue outra versão abaixo com indicação de fonte)

 
Depois que cansei de procurar

Aprendi a encontrar.

Depois que um vento me opôs resistência

Velejo com todos os ventos.

[da “parte” Brincadeira, astúcia e vingança: prelúdio em rimas alemãs – Friedrich Nietzsche, A gaia ciência, trad. Paulo César de Souza, Cia das Letras, São Paulo, 2001, p. 17]