"Vem, Noite antiqüíssima e idêntica,
Noite Rainha nascida destronada,
Noite igual por dentro ao silêncio, Noite

Com as estrelas lantejoulas rápidas
No teu vestido franjado de Infinito. (...) "
[Álvaro de Campos (F. Pessoa), Fragmento de Ode I, in: "Fernando Pessoa: poesia", por Adolfo Casais Monteiro, 10ª ed., Rio de Janeiro, Agir, 1989, p. 76 (col. Nossos Clássicos)]

"(...) noites como esta, em que já não me será dado viver."
[Jostein Gaarder, "A garota das laranjas", Trad. Luiz Antônio de Araújo, São Paulo, Companhia das Letras, 2005, p. 127 (citação possivelmente de outrem, constante também em alguma página anterior, provavelmente)]
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quarta-feira, 4 de abril de 2012

Eventualidade em concurso

Eventualidade em concurso



Dados que os fatos efetivamente ocorreram conforme o que a seguir se relata, foi assim, ou mais ou menos equivalente ao que ora se declara. Em determinada cidade grande, capitania de Estado (totalmente diferente das províncias), como sói acontecer, há mais de um logradouro/via pública com o mesmo nome. Bom, ao indivíduo em questão não lhe ocorreu essa idéia, o que é lamentável, até certo ponto. Consultando o oráculo então, localizou o bairro e a dita rua, traçou parte da rota que faria à pé e, no dia específico, despedindo-se de seus familiares, saiu de sua casa e para lá se encaminhou. Logrou conseguir carona de automóvel até o terminal de pólis Ferraz, apanhou o coletivo, desceu no terminal de carne-seca/charque-ada, entrou no metropolitano da linha azulada, baldeou na Santa Sé/Vaticano para a linha avermelhada, desceu numa das estações e caminhou até o destino. Lá chegando, ao entrar na rua pelo número menor, foi interpelado por um casal de automóvel que lhe perguntava onde que era a rua “tal”, ao que lhes respondeu que a rua “tal” era a rua onde estavam. Disseram-lhe que procuravam um número maior, ao que lhes disse que provavelmente era mais para o final e para cima, visto que estavam no início da rua. Falaram-lhe que procuravam o prédio de uma instituição de educação superior para fazer uma prova, ao que lhes disse procurava a mesma coisa com a mesma finalidade. Foi-lhe oferecido carona, prontamente aceita. Chegando ao final da rua eis que não há o prédio da superior instituição, ao que então se consideram perdidos. Param um indivíduo próximo a um estabelecimento comercial qualquer para lhe perguntar. O cidadão informa que o local é próximo a marginal tal e ensina o caminho. No guiador global de posicionamento há também uma outra rua “tal”, carregam o sistema e seguem para lá. O bom cidadão orientador se propõe a ser guia até a dita marginal, vai com o carro na frente e é então seguido. Deixa-os próximo à marginal e vai-se. A partir daí segue-se o guia posicionador e se chega até o local, em tempo. São eles Vitor e Elem, da cidade de Assis. Vitor conduzia o automóvel, somente Elem faria a prova. Vitor estudou História em Londrina, gosta de Kafka (tinha uma caixa com livros desse autor no banco de trás - tradução do Modesto Carone). Elem é funcionária pública, trabalha no Detran da cidade. Foram ao festival SUV em Paulínia. Vitor os deixou próximo à instituição (impossível estacionar) e foi achar um local para almoçar e passar o tempo da prova. Os deixados foram à padaria e tomaram um lanche antes da prova. Misto quente e bauru, suco e café. Chocolate e chiclete. E foram fazer a prova. O gabarito saiu. Resta o resultado. Sorte, eventualidade, fato indiferente perante a ordem das coisas e do mundo? Aguardemos o resultado.



Em breve resumo: alguém foi fazer prova de concurso, não pesquisou direito o local e foi para o destino errado. Lá chegando foi eventualmente encontrado e conduzido ao local correto. Se passar na prova diria que foi muita sorte. Se não passar diria que foi algo indiferente.


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