Certo dia um cão sábio passou por um grupo de gatos.
À medida que se aproximava, percebeu que estavam muito concentrados no que estava acontecendo entre eles e não lhe prestavam a menor atenção. Decidiu então parar e escutar o que diziam.
Do meio deles levantou-se um gato grande e solene que olhou para todos e disse:
- Irmãos, rezem, e depois rezem de novo e outra vez ainda, sem duvidar; e então, em verdade lhes digo, vai chover rato.
Ao ouvir isso, o cachorro riu deles por dentro e afastou-se, pensando:
- Oh, gatos cegos e insensatos! Pois não está escrito e eu não sei, e meus antepassados antes de mim não sabiam, que o que chove quando rezamos e suplicamos com fé não são ratos, e sim ossos?
[Khalil Gibran, O louco, trad. Dinah Abreu Azevedo, São Paulo, Aquariana, 2003 (Lado B), p. 19]
E depois de rir-se pode ter dito a si mesmo: UIVEMOS.
retratos de memória, frases diversas, fotos, ilustrações, coisas sem importância alguma & variedades de todo o gênero
"Vem, Noite antiqüíssima e idêntica,
Noite Rainha nascida destronada,
Noite igual por dentro ao silêncio, Noite
Com as estrelas lantejoulas rápidas
No teu vestido franjado de Infinito. (...) "
[Álvaro de Campos (F. Pessoa), Fragmento de Ode I, in: "Fernando Pessoa: poesia", por Adolfo Casais Monteiro, 10ª ed., Rio de Janeiro, Agir, 1989, p. 76 (col. Nossos Clássicos)]
"(...) noites como esta, em que já não me será dado viver."
[Jostein Gaarder, "A garota das laranjas", Trad. Luiz Antônio de Araújo, São Paulo, Companhia das Letras, 2005, p. 127 (citação possivelmente de outrem, constante também em alguma página anterior, provavelmente)]
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