A morte é um tema bastante paradoxal. Apesar de estar presente, inevitavelmente, na vida de todos os seres humanos, é um assunto que tende a ser evitado. Isso acontece porque há uma dificuldade natural da maioria dos indivíduos em encarar e aceitar a sua própria finitude.
Na verdade, pensar em morte deveria ser uma forma de refletir sobre a vida. Afinal, a morte significa o término de um ciclo natural ao qual todos estamos sujeitos. Dentre os estudiosos que se debruçaram sobre o assunto, merece destaque a médica psiquiatra suíça Elizabeth Kübler-Ross. Ela analisou os cinco estágios, que não são necessariamente sequenciais, da reação dos pacientes terminais diante do processo de morte. São eles: negação e isolamento, raiva, barganha, depressão e, por fim, aceitação.
Se a morte é, necessariamente, um tema espinhoso, a eutanásia desperta controvérsias aparentemente insolúveis. Decidir sobre os rumos da vida de um ente querido, sem poder consultá-lo, é uma responsabilidade talvez excessiva diante do sofrimento provocado e da desesperança pela vida. Não surpreendentemente, o assunto não escapa das polêmicas religiosas. Nesse sentido, alguns partem do princípio de que, como Deus concedeu a vida ao indivíduo, somente Ele poderia retirá-la. Dessa maneira, o assunto esbarra em questões que envolvem o embate entre ciência e liberdade individual. Outras polêmicas, aliás, giram em torno da medicina de modelo paliativo aplicada no século XXI, em que o tratamento da doença não está somente focado nas necessidades físicas, mas também nas demandas espirituais e psicológicas dos pacientes.
[Coquetel Conhecer nº 6: Enem + vestibular, Rio de Janeiro, Ediouro, dez/2010, p. 12]
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