"Vem, Noite antiqüíssima e idêntica,
Noite Rainha nascida destronada,
Noite igual por dentro ao silêncio, Noite

Com as estrelas lantejoulas rápidas
No teu vestido franjado de Infinito. (...) "
[Álvaro de Campos (F. Pessoa), Fragmento de Ode I, in: "Fernando Pessoa: poesia", por Adolfo Casais Monteiro, 10ª ed., Rio de Janeiro, Agir, 1989, p. 76 (col. Nossos Clássicos)]

"(...) noites como esta, em que já não me será dado viver."
[Jostein Gaarder, "A garota das laranjas", Trad. Luiz Antônio de Araújo, São Paulo, Companhia das Letras, 2005, p. 127 (citação possivelmente de outrem, constante também em alguma página anterior, provavelmente)]
_____________________________________________________________________________________________________

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Paciente não se lembra do que ocorreu durante coma: famosa visão do túnel tem origem física

Paciente não se lembra do que ocorreu durante coma

Famosa visão do túnel tem origem física

Folha de São Paulo

O que sentem e do que se lembram pessoas que estiveram em coma? Existe muito mito a respeito -aquela história de "morri e voltei", "vi uma luz intensa", "vi minha mãe que tinha morrido" etc. Na verdade, nada disso aconteceu de fato- apesar de ter, de certo modo, acontecido.
"Os pacientes lembram de quando saem do coma, os primeiros momentos. Do período em coma não há lembranças, o paciente não está formando memória", diz Gisele Sampaio, gerente do Programa de Neurologia do Hospital Israelita Albert Einstein.
"Ninguém conta detalhes do período em que esteve em coma", diz Gisele, que supervisiona pacientes em UTI, muitos em estado de coma.
O que acontece é simples. O paciente, ao se recuperar lentamente, lembra-se, ou dos momentos pré-coma, ou dos últimos instantes dessa situação.
Uma descrição comum é enxergar um "túnel", uma "luz no fim do túnel". Também explicável pela ciência, não por algum aspecto místico. "É um fenômeno físico", diz a médica do Einstein.
A pessoa tem a visão lateral escurecida por conta da diminuição do fluxo sanguíneo. Logo, ao acordar, sente que está em um túnel.
A maneira tradicional de avaliar a intensidade do coma é pela chamada Escala de Coma de Glasgow, criada em 1974 por pesquisadores dessa cidade da Escócia.
A avaliação inclui testar a movimentação dos olhos e a capacidade verbal e motora.
O melhor nível é quando os olhos se abrem espontaneamente; a pior situação é quando eles não se abrem.
O paciente está bem se responde com coerência a perguntas como seu nome e idade. E a situação piora se ele emite sons ininteligíveis. E mais ainda se não consegue dizer nada.
A pontuação da Escala de Coma de Glasgow varia de 3 (coma profundo) a 15 (normalidade).
(RBN)

[publicado no jornal Folha de São Paulo, edição de 28/nov/2011 - p. C10]

Nenhum comentário:

Postar um comentário