Schopenhauer: a aposta
(...) Fazia suas refeições, normalmente, no Hotel Inglês. Antes do início de cada refeição colocava sempre uma moeda de ouro na mesa, diante dele, e ao fim guardava-a de volta no bolso. Foi certamente algum garção indignado que por fim lhe perguntou o significado daquele invariável cerimonial. Schopenhauer respondeu que era uma aposta silenciosa que fazia consigo mesmo, comprometendo-se ele a depositar a moeda na caixa dos pobres no primeiro dia que os oficiais ingleses, também fregueses de lá, falassem de alguma coisa que não fosse cavalos, mulheres ou cachorros.
Arthur Schopenhauer, Dores do mundo: (o amor, a morte, a arte, a moral, a religião, a política, o home e a sociedade), Rio de Janeiro, Ediouro, [s.d.], (coleção Universidade).
• Assuntos que obviamente variaram no tempo, conforme as adaptações necessárias. Fosse ainda em terras de Vera/Santa Cruz os cavalos e cachorros seriam substituídos por automóveis e futebol.
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