"Vem, Noite antiqüíssima e idêntica,
Noite Rainha nascida destronada,
Noite igual por dentro ao silêncio, Noite

Com as estrelas lantejoulas rápidas
No teu vestido franjado de Infinito. (...) "
[Álvaro de Campos (F. Pessoa), Fragmento de Ode I, in: "Fernando Pessoa: poesia", por Adolfo Casais Monteiro, 10ª ed., Rio de Janeiro, Agir, 1989, p. 76 (col. Nossos Clássicos)]

"(...) noites como esta, em que já não me será dado viver."
[Jostein Gaarder, "A garota das laranjas", Trad. Luiz Antônio de Araújo, São Paulo, Companhia das Letras, 2005, p. 127 (citação possivelmente de outrem, constante também em alguma página anterior, provavelmente)]
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quinta-feira, 19 de maio de 2011

Angústias (Nelson Rodrigues)

Creio que o homem, em todos os quadrantes, é caso perdido, um ser trágico, que ama e morre, vivendo entre essas duas limitações. A meu ver, nada diminuirá a angústia humana. Mesmo transformados todos nós em rockefellers, cada um com oitocentos iates, cinqüenta amantes, casas na Riviera, não sairemos de nosso inferno, continuaremos míseras criaturas. Crer que essa angústia possa ser eliminada é digno de um simplório ou de um canalha.

(Declaração de Nelson. Teatro completo de Nelson Rodrigues 4, pagina 283)

As senhoras me diziam: “Eu queria que seus personagens fossem como todo mundo”. E não ocorria a ninguém que, justamente, meus personagens são “como todo mundo” – e daí a repulsa que provocam. “Todo mundo” não gosta de ver no palco suas íntimas chagas, suas inconfessas abjeções.

(RODRIGUES, Nelson. O Reacionário. Pág. 170)

[cf. http://luizfelipeponde.wordpress.com/page/3/ - acesso: 19/mai/2011]

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