"Vem, Noite antiqüíssima e idêntica,
Noite Rainha nascida destronada,
Noite igual por dentro ao silêncio, Noite

Com as estrelas lantejoulas rápidas
No teu vestido franjado de Infinito. (...) "
[Álvaro de Campos (F. Pessoa), Fragmento de Ode I, in: "Fernando Pessoa: poesia", por Adolfo Casais Monteiro, 10ª ed., Rio de Janeiro, Agir, 1989, p. 76 (col. Nossos Clássicos)]

"(...) noites como esta, em que já não me será dado viver."
[Jostein Gaarder, "A garota das laranjas", Trad. Luiz Antônio de Araújo, São Paulo, Companhia das Letras, 2005, p. 127 (citação possivelmente de outrem, constante também em alguma página anterior, provavelmente)]
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sexta-feira, 8 de abril de 2011

"Vanitas" - Harmen STTENWYCK (1612 - após 1655)


Este intrigante quadro de Sttenwyck é um belo exemplo de um tipo de natureza-morta conhecida com Vanitas. É repleto de referências à morte e ao vazio da vida, e quanto mais o estudamos, mais ele revela ser um sermão visual baseado nos ensinamentos do Livro do Eclesiastes, no Velho Testamento. Em latim, vanitas significa "vaidade", no sentido de algo vão, sem valor, e não no significado moderno de convencimento. As naturezas-mortas eram muito admiradas e colecionadas na Holanda do século XVII, assim como as paisagens e a pintura de interiores (veja p. 58). Um quadro como este é um bom resumo de muitos aspectos da sociedade holandesa seiscentista. Os holandeses eram uma socidedade temente a Deus, como altos padrões morais calvinistas e uma ética do trabalho; estavam na linha de frente dos progressos científicos, como particular interesse pela ótica e pelo uso de lentes e microscópios para a observação minuciosa do mundo natural; também tinham paixão por colecionar obras de arte e objetos curiosos.


[Robert CUMMING, Para entender a arte, Trad. Isa Mara Lando, São Paulo, Ática, 2003, pp. 52/53]

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