
Este intrigante quadro de Sttenwyck é um belo exemplo de um tipo de natureza-morta conhecida com Vanitas. É repleto de referências à morte e ao vazio da vida, e quanto mais o estudamos, mais ele revela ser um sermão visual baseado nos ensinamentos do Livro do Eclesiastes, no Velho Testamento. Em latim, vanitas significa "vaidade", no sentido de algo vão, sem valor, e não no significado moderno de convencimento. As naturezas-mortas eram muito admiradas e colecionadas na Holanda do século XVII, assim como as paisagens e a pintura de interiores (veja p. 58). Um quadro como este é um bom resumo de muitos aspectos da sociedade holandesa seiscentista. Os holandeses eram uma socidedade temente a Deus, como altos padrões morais calvinistas e uma ética do trabalho; estavam na linha de frente dos progressos científicos, como particular interesse pela ótica e pelo uso de lentes e microscópios para a observação minuciosa do mundo natural; também tinham paixão por colecionar obras de arte e objetos curiosos.
[Robert CUMMING, Para entender a arte, Trad. Isa Mara Lando, São Paulo, Ática, 2003, pp. 52/53]
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